Na semana passada, participei do IoT Congress em São Paulo, a primeira edição desse evento no Brasil. Como entusiasta e crítico da inovação, gostaria de compartilhar alguns aprendizados interessantes.
Das 120 startups presentes, cerca de 40% estavam associadas ao IoT.
As demais, aproximadamente 40 empresas, focavam na inovação e no apoio ao ecossistema, o que foi uma ótima surpresa. O evento destacou-se como um ambiente rico em inovação, exposição e networking.
Eu esperava ver muitos dispositivos como sensores, câmeras e hardwares, mas a feira enfatizou mais o software e a evolução para a inteligência além dos dispositivos. Alguns exemplos incluem:
- IoT Edge, que utiliza IA para análise de dados e emissão de alertas, automação e redução de processos manuais;
- Facilitação da análise e manejo de dados(não é somente a captação dos dados!!!) de energia para reduzir o consumo e otimizar o uso;
- Acompanhamento automatizado de inventários florestais, medindo a circunferência das árvores sem intervenção humana;
- Medição da altura de aterros sanitários com sensores em tratores/compactadores para garantir a solidez do lixo;
- Sensores que substituem câmeras tradicionais para monitoramento de seres vivos por meio de ondas de rádio;
- Plataformas inteligentes para rastreamento de ativos, utilizando tecnologias de IoT;
- Sensores para garantir o uso correto de cadeirinhas de proteção em trabalhos de alta periculosidade.
A feira também mostrou como a tecnologia pode ser democratizada, com impressoras 3D mais rápidas e acessíveis (cerca de R$2.500), carros elétricos da GWM, já conhecidos, e os impressionantes robôs “cachorros” da Boston Dynamics, que são extremamente fortes e ágeis.
Outro destaque foi o modelo de negócios Saas, que impulsiona muitas startups e a grande expectativa que tem na adoção do IA como parte das suas soluções nativas. Seguem alguns cases:
- Medição de insulina sem perfurações, com alarmes imediatos para níveis indesejados;
- Manutenção preventiva de equipamentos e gestão de ordens de serviço via aplicativo, beneficiando hospitais e indústrias;
- Uso de IA para análise de documentos e processos, adequação à LGPD e segurança da informação com DPO-as-a-Service e Security-as-a-Service;
- Otimização da produção e eliminação de gargalos, reduzindo o lead time;
- Microintegrações de softwares para orquestrar diferentes fontes e fluxos de dados, apoiando processos e decisões, e reduzindo o lead time;
- Conversão de transações financeiras em análises de impacto e compensações de carbono, visando reduzir o impacto ambiental;
- Desenvolvimento de novos materiais avançados, renováveis e biodegradáveis, usando nanotecnologia nacional, com foco na sustentabilidade;
- Estações de recarga de energia elétrica para automóveis e o gerenciamento do pagamento da energia adquirida.
As startups nascem para resolver problemas detectados, muitas vezes ajustando sua trajetória e propósito inicial para atender novas necessidades descobertas.
Achei o evento uma bela iniciativa, destacando e valorizando o que nossas mentes empreendedoras estão oferecendo à sociedade.
O evento sublinhou o papel crucial da colaboração entre o setor público e privado no desenvolvimento tecnológico, com a presença da prefeitura de São Paulo como um dos apoiadores, além de Suframa, Senai, Senac e outros órgãos que atuam conjuntamente.
Texto escrito por Sandro Paiva
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