fbpx

Startups fundadas por mulheres são poucas

Ao realizar o processo de seleção de startups para lançar suas primeiras ofertas de equity crowdfunding, a plataforma Efund Investimentos avaliou 400 empresas. E constatou, na prática, o desequilíbrio de gênero existente no ecossistema de inovação brasileiro. Uma vez que apenas 12 das candidatas avaliadas tinham Startups fundada por mulheres ou possuem executivas na direção. O resultado vai na direção de um levantamento recente, feito pela BR Rating, primeira agência de rating de governança corporativa do Brasil. Segundo o estudo, apenas 3,5% das corporações têm mulheres atuando como CEOs no país.

O sócio fundador da Efund, Igor Romeiro, explica que essa defasagem, no caso de Startups fundada por mulheres, é vista como desperdício de diferencial competitivo na busca por financiamento já que, apoiados por diversos estudos, os investidores costumam valorizar a gestão feminina por aspectos relacionados.

Por exemplo, um maior conservadorismo no uso dos recursos conquistados e uma atuação mais detalhista no desenvolvimento da operação. Ele comenta que a Efund adotou, como uma de suas principais teses de investimento, uma avaliação rígida sobre todos os aspectos que envolvem as startups que serão ofertadas aos investidores na plataforma. Neste sentido, sentimos falta de mais mulheres conduzindo os projetos porque sabemos que a presença delas costuma ser um fator de ganho de eficiência, diz.

livro Tese de Investimentos

Igor cita como exemplo um estudo feito pelo fundo de capital de risco First Round Capital, segundo o qual as startups fundadas por mulheres apresentam performance 63% superior. Outro trabalho mencionado foi o do Boston Consulting Group. Ele demonstra que a cada dólar que uma mulher fundadora ou cofundadora levanta, ela gera 2,5 vezes mais receita do que um fundador do gênero masculino. Na Efund, nós acreditamos que essa melhor performance se deve ao fato de a mulher conseguir se organizar melhor para realizar as várias tarefas que um cargo executivo demanda, sem perder o foco. Elas também são mais habilidosas e diplomáticas, aspecto super importante para resolver conflitos e problemas, afirma.

Para Rodrigo Burgers, sócio diretor da Play Studio, consultoria de inovação e venture builder que apoia empreendedores no seu processo de crescimento, estas características são fundamentais para administrar o relacionamento com os investidores. Já vi casos de startups que tinham vários investidores que ficavam cobrando o empreendedor o tempo todo. Essa situação acabava por desviar o foco da liderança na operação e o resultado não era saudável. Como as mulheres costumam ser mais eficientes em situações que demandam um olhar mais atento e detalhista no meio corporativo, este certamente é um diferencial, avalia.

Receba Ebook de Investimentos Grátis

Um exemplo de sucesso de startup com uma mulher no comando é a Vá de Táxi.

Plataforma que só atua com taxistas e que se reinventou em boa parte devido ao trabalho e à visão de mercado de sua CEO, Glória Miranda. À frente da plataforma desde novembro de 2019. Ela comanda a transformação do aplicativo que está deixando de ser apenas de mobilidade para se tornar uma plataforma de serviços.

Com a concorrência de aplicativos de motoristas e a queda na demanda por causa da pandemia, os taxistas tiveram grande perda de renda. A saída foi agregar serviços diferenciados. Cerca de 200 taxistas de São Paulo, integrantes da Vá de Táxi. Receberam treinamento para prestar serviços a clientes de seguradoras como trocar pneus, recarregar baterias, entre outros. A ideia foi bem sucedida e em breve será expandida para outras capitais. Além de expandir para outras localidades, Glória já trabalha na ampliação do leque de serviços a serem prestados. Os taxistas também serão treinados para serviços residenciais como trocar sifão de uma pia, instalar uma prateleira e trocar torneiras.

Assumi a Vá de Táxi com um objetivo muito claro, que era expandir a empresa, não só no corporativo, que sempre foi nosso foco, mas também para o mercado pessoa física.

Durante a pandemia, a gente teve de repensar nosso modelo de negócios e expandimos não só para mobilidade, mas também para o mercado de serviços. Uma experiência sensacional, afirma Glória.

Ronald Bozza, sócio da BR Rating, entende que há uma evolução no mercado, mesmo que tímida. Se fizermos um novo levantamento em 2022, acredito que haverá mais mulheres em posição de comando e Startups fundada por mulheres. Elas já ocupam posições de destaque nos Conselhos de Administração. Aos poucos elas crescem e se empoderam, conclui.

Fonte: Monitor Mercantil

Faça parte da nossa comunidade de investidores, abra a sua conta grátis!

cadastro investidor efund investimentos