Em momentos de crise, investidores correm em busca de ativos e oportunidades com menor risco
Em momentos de crise, quando há aumento da inflação e da taxa de juros, os investidores correm em busca de ativos com menor risco e/ou com rentabilidade que faça sentido dentro de um cenário conturbado. Investir em Startups na Crise: Oportunidade? O curioso é que nem sempre esses investidores consideram a alocação de recursos diretamente em startups, através do Venture Capital, por acreditarem que empresas novas estão entre os ativos mais afetados. Não que eles estejam completamente errados.
Pela lógica, em momentos como o atual, a renda das pessoas cai, o consumo diminui e isso afeta diretamente o desempenho financeiro dos novos empreendimentos, assim como das companhias já consolidadas.
Logo, investir em uma startup parece ser loucura, pois ela pode não sobreviver ao baque econômico.
O modo de analisar, porém, é superficial porque se trata apenas de um olhar geral da situação, sem a devida observação dos detalhes. É como se todas as empresas fossem sentir de maneira igual os efeitos da crise. Mas não é por aí. E com a surpreendente quebra do banco estadunidense SVB (Silicon Valley Bank), o medo deve ter aumentado, pois, segundo o Bloomberg Línea, existem várias startups brasileiras que ainda possuem aproximadamente US$ 10 milhões no SVB, algo em torno de R$ 50 milhões.
O investidor experiente, porém, não olha apenas a macroeconomia para tomar suas decisões. Ele também avalia os fundamentos das startups. E a lógica de funcionamento do mercado, claro.
No mercado financeiro há uma frase que diz: “Compre ao som dos canhões, venda ao som de trombetas”. É a mesma coisa que dizer “Compre na baixa e venda na alta”. É o que acontece no mercado de ações. Quando um papel se desvaloriza, é o momento de comprá-lo caso a empresa tenha bons fundamentos, porque ele certamente irá se valorizar novamente e gerar lucro.
No Venture Capital não é diferente.
Juros altos trazem redução dos múltiplos que são usados para calcular o valuation dos empreendimentos. Sendo assim, se o investidor tem R$ 1 milhão ele pode ser dono de 10% de uma empresa cujo valor esteja estimado em R$ 10 milhões. Mas, se por causa dos juros altos, esse valuation cair para R$ 9 milhões, com o mesmo milhão ele poderá adquirir 11,1% da startup.
Quando o furacão passar, os juros baixarem e a empresa aumentar seu faturamento e lucratividade, o investidor terá um retorno maior porque sua participação na composição do capital empresarial também é maior.
E – pode ter certeza disso – existem muitas empresas com produto/serviço e empreendedores bons no Brasil. Muitos deles já olhando para o lucro no final do DRE (Demonstração do Resultado do Exercício). Ótimas empresas com lucro (já atingiram o break even), precisando de dinheiro para crescerem e não para pagar dívida, porém, com valuations atrativos. Em outras palavras, está barato investir porque não há mais valuations estratosfericamente inflados no mercado.
Alguns analistas acreditam que chegamos no teto dos juros e a tendência agora é cair.
Como o mercado se movimenta por ciclos, então daqui a alguns anos os juros estarão baixos, o interesse pela renda fixa irá diminuir, enquanto aumenta para o Venture Capital, como aconteceu nos últimos anos. Quando isso acontecer, os valuations irão começar a aumentar seus múltiplos. Sendo assim, quem entrar neste momento se beneficiará com ótimas oportunidades de liquidez em breve.
Ainda acontece muita confusão na definição de algumas modalidades de investimentos. Porém, para investidores e empreendedores, é fundamental entender o papel e a importância de cada uma dessas modalidades no mercado. É a partir desse conhecimento que cada um vai definir o que mais precisam naquele momento. E agora para você, Investir em Startups na Crise: Oportunidade?
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