Nesta diferença entre Equity e Débito, as duas modalidades abraçam o mesmo princípio com contratos distintos.
Há alguns anos, o mercado de capitais brasileiro era bastante restrito a investidores, pessoas físicas. Mas a tecnologia e a própria necessidade de popularizar as diversas opções em renda variável existentes contribuíram para que uma importante mudança fosse realizada no regramento do mercado, tornando-o mais moderno e acessível. Como exemplo, desde 2017 a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permite que qualquer investidor realize aportes em empresas de capital fechado a partir de plataformas de investimento coletivo.
Entre as modalidades de investimento que se tornaram mais acessíveis às pessoas físicas estão o debt e o equity. O debt (dívida) é uma modalidade de contrato que funciona como um empréstimo. Os investidores aportam (emprestam) um determinado valor para a uma empresa expandir os seus negócios em troca de uma remuneração através de juros, ou seja, os investidores operam em grupo como se fossem um banco.
A operação de equity é diferente, pois dá ao investidor uma participação societária, ou seja, ele se torna sócio da empresa por meio de emissão de ações ou de títulos conversíveis em participação societária. É um modelo cujo capital aportado normalmente é destinado à expansão da empresa. Muito comum em startups com potencial de evoluir, mas também em scale-ups e empresas emergentes.
Ambas as modalidades podem oferecer bons retornos aos investidores, mas também têm riscos. Por esta razão, a originação dos ativos, nos dois casos, depende de uma boa avaliação. Feito isso, é preciso que o próprio investidor avalie qual modelo atende melhor aos seus interesses. Obviamente, o que todos desejam é ter o máximo de rentabilidade.
Sendo assim, qual seria o melhor? Equity ou Débito?
Bom, como explicado acima, o debt funciona como se fosse um empréstimo financeiro. Sendo assim, na prática, o investidor se torna credor com direito de receber seu capital de volta acrescido de juros. Os pagamentos aos investidores podem ocorrer de várias formas, sendo que o período de pagamento e a taxa de juros utilizada para remuneração são determinadas em contrato, podendo ser totalmente ou parcialmente atrelada ao desempenho da empresa.
No débito, se a empresa não honrar os pagamentos, ela pode sofrer uma execução de dívida por inadimplência por parte dos investidores. Talvez esteja aí uma pequena vantagem sobre o equity, modalidade da qual o investidor arca totalmente com o risco do investimento. Mas se o risco parece ser mais alto no equity, a possibilidade de ganhos maiores também existe.
Por se tornar sócio da startup, o investidor na modalidade equity pode ter um retorno maior do que o esperado caso o desempenho da empresa fique acima daquele projetado no cenário base, enquanto no debt, o retorno na forma de juros tende a ser sempre o mesmo caso a empresa honre o contrato e faça os pagamentos em dia.
Por se tratar de uma participação societária.
No equity o retorno do capital ao investidor ocorre de acordo com os resultados gerados pela empresa, diferentemente do débito. A remuneração pode acontecer na forma de pagamento de dividendos ou quando ocorre o exit. Momento em que o investidor vende sua participação, com lucro, a outro ou mesmo quando a startup é adquirida por outra companhia. O investidor também recebe o capital acrescido da rentabilidade quando a empresa faz um IPO.
De qualquer forma as duas modalidades abraçam o mesmo princípio, onde o investidor busca aplicar em empresas que lhe tragam rentabilidade acima da média. O modelo de mútuo conversível (equity) leva vantagem e possibilita que o investidor vá além dos juros e dá a ele a chance de tornar-se sócio de algo ainda maior, afinal, aquela pequena empresa, de repente se transforma em um unicórnio.
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