Todo investidor sabe que o aumento de juros está diretamente relacionada com o rumo dos investimentos. Relacionar as eleições no curto prazo é coerente também, motivado principalmente por todas as especulações do mercado financeiro para 2023. Mas o que teria a ver a Copa do Mundo com tudo isso?
Para entender um pouco mais sobre a influência de cada um nos investimentos, vamos começar pelo mais importante, a queda dos juros.
Aumento de Juros
No dia 21 de setembro o COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central), decidiu manter a Selic no patamar de 13,75%, conforme indicamos neste artigo, encerrando o maior ciclo de aumento de juros dos últimos 23 anos, o que cria uma tendência de sustentação da taxa ou até mesmo de início do ciclo de redução para as próximas reuniões.
A decisão foi tomada baseada na redução do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que no acumulado dos últimos 12 meses foi de 8,73%, abaixo dos 10,07% dos 12 meses anteriores.
Esta baixa está diretamente relacionada ao IPCA dos últimos dois meses deste ano (julho: -0,68% e agosto: -0,36%). Que foi puxado especificamente neste último mês pelos setores de Transportes e Comunicação, com a variação de -3,37% e -1,10% respectivamente:
Fonte: IBGE
O relatório Focus que indicava a projeção do IPCA de 2023 em 5,33% há 4 semanas, passou a projetar no presente um IPCA de 5,01%. Concluindo que a inflação tende a cair mais ainda e indicando que o Banco Central também deve reduzir a taxa Selic já que não há necessidade de mantê-la no patamar atual para conter a inflação:
Fonte: Focus Relatório de Mercado
Com este cenário, os investidores tendem a iniciar o ciclo de migração dos investimentos. Alternando o dinheiro que estava dedicado à renda fixa com os juros em alta, para correrem maiores riscos em busca de melhores rendimentos na Bolsa de Valores, na abertura de novos negócios, investindo em franquias, em startups e demais atividades que preveem bons retornos.
Eleições
A relação de incerteza nos investimentos de renda variável se torna ainda maior para o investidor em época de eleições. O maior temor daqueles que investem na modalidade são as especulações sobre os impactos que o próximo governo irá trazer à sociedade nos próximos anos.
Pelo lado das empresas listadas na Bolsa de Valores, segue a mesma incerteza dos investidores. As companhias perdem a precisão da projeção do próximo cenário econômico e de como será a conduta política no próximo ano, estabelecendo um obstáculo em seus planos, criando mais uma variável além da especulação.
Estas variáveis no período de eleições criam um ciclo permanente de altas e baixas sem distinção se uma empresa é boa ou não. Prevalecendo a questão se o candidato à frente das pesquisas teoricamente favorecerá ou não o desenvolvimento econômico do país.
Uma boa alternativa para mitigar os riscos nos investimentos é o investidor pensar em longo prazo. Ao investir ao longo de cinco, dez ou 20 anos, o investidor passará por vários altos e baixos, mas sua linha temporal será extensa, de modo que um período de eleição poderá ser apenas um detalhe ao longo de vários anos.
Esta estratégia é válida para investidores que realizam uma boa diversificação do seu patrimônio. Investindo em várias modalidades ao mesmo tempo, como ações, renda fixa, investimento em startups e a importante reserva de emergência.
Ao realizar aportes pelo menos uma vez por mês em modalidades distintas, o tempo tratará de demonstrar que os períodos complicados como os meses que antecedem as eleições serão meros detalhes em uma carteira bem diversificada ao longo dos anos, pois se as empresas investidas forem realmente boas, elas crescerão e trarão resultados aos investidores.
Investindo em startups
O investimento em startups é um cenário ainda novo na carteira dos investidores. Por se tratar de empresas de capital fechado, as startups não são afetadas pela volatilidade do mercado financeiro, das eleições ou das especulações, lembrando que a verdade prevalece para startups com bons fundamentos, com potencial de crescimento, lucratividade, um produto bom de venda e um bom quadro de funcionários.
Mas a escolha do próximo presidente poderá prejudicar os investimentos de longo prazo?
Sim, poderá prejudicar inclusive os investimentos mais sólidos e seguros como a renda fixa. Mas para isso, a política praticada deverá ser absurdamente contra a economia do país. No entanto, por motivos mais simples outras esferas políticas, em concordância com o setor empresarial, já afastaram presidentes. O fato é que nenhuma mudança drástica na economia é esperada do próximo presidente assim que assumir a sua função.
Já o investidor de longo prazo, que tem diversificado tanto em modalidades de investimentos quanto nos aportes ao longo do tempo. Não deverá se preocupar tanto, pois é normal passar por várias presidências e administrações econômicas distintas durante a construção do seu patrimônio.
Copa do Mundo
É esperada uma grande festa em campo e também no consumo em geral. O torcedor brasileiro deve movimentar cerca de R$ 20,3 bilhões na economia brasileira, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). É esperado um crescimento de 7,9% em relação ao faturamento de 2014, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) – Fonte: Mercado do Consumo.
A justificativa é o consumo de bens duráveis envolvendo a mobilização para assistir e torcer nos jogos.
Olhando este cenário positivo, verificamos que o aumento de consumo devido à Copa do Mundo incentiva os investimentos em negócios. O capital dos investidores migra principalmente para o setor de varejo, aumentam as contratações e o volume de dinheiro em circulação, as empresas e startups dedicadas aos bens de consumo aumentam as suas demandas e o faturamento, fazendo com que os seus investidores tenham também um resultado positivo.
E então o aumento de juros e a copa do mundo te fizeram mudar a sua rota? O que não te faz mudar a rota de maneira desordenada está logo a baixo.
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